Fã-Clubes: Universo Kpop (Ásia)

Uma das características que diferenciam os fã-clubes de Kpop dos outros, é a extrema organização e também características e marcas criadas pelos fãs sul-coreanos, que foram apropriadas pelos outros fãs do resto do mundo e se tornaram tradição e a principal base de identidade para quem adere esse novo universo.

As duas principais características são:

- Um nome oficial, que em sua maioria não tem muito a ver com o nome do grupo/artista, às vezes é um apelido carinhoso, ou uma característica do grupo que as fãs acham especiais, ou um trocadilho com o nome do grupo/artista... etc.

- Uma cor oficial, que para certos fã-clubes é uma identificação muito importante.

Os fãs coreanos, inicialmente costumavam usar balões com as cores oficiais dos seus fã-clubes, para enfeitar os shows, por meio dessa idéia as agências dos artistas, passaram a vender bastões de luz (no Kpop é usado a palavra: “lightstick”), personalizados com o nome ou símbolo do grupo, que cria um efeito incrível nos grandes shows e passou a ser uma marca que diferencia os shows de Kpop, dos concertos de artistas ocidentais.

Cassiopeia, fã-clube da boyband DBSK.

Reconhecido internacionalmente, o fã-clube entrou para o livro dos recordes como o maior “fã clube” do mundo, com mais de 900.000 integrantes oficiais.

 

Fazer parte de um fã-clube no mundo Kpop, é quase como fazer pertencer a time de futebol. Normalmente na Coréia do Sul, só se pertencer a um fã-clube e você se dedica inteiramente a ele. As fãs asiáticas realizam projetos, que envolvem recolher fundos para instituições de caridade em nome do artista ou grupo, essas doações podem ser em dinheiro ou alimentos.

Ever Lasting Friend (E.L.F), fã-clube da boyband Super Junior

É o segundo maior fã-clube da Coréia do Sul. (Foto a dir,: Show do Super Junior no Brasil. No dia 21 de Abril de 2013)

Já no Brasil, é um pouco diferente, além de sermos (sim, sou uma kpopper) mais flexíveis, relevando alguns problemas em que os artistas às vezes se envolvem, também é comum encontrar pessoas que pertençam a mais de um fã-clube (não é meu caso u.u... porém, nada contra!). No Brasil não se realiza projetos tão grandes como os descritos acima das fãs asiáticas, mas participamos de menores como homenagens com vídeos contendo mensagens de fãs e tags no twitter em datas especiais como aniversários, conquista de prêmios ou a tão temida ida ou gloriosa retomada do exército que os homens sul-coreanos são obrigados a prestar.

Em resumo, nos damos bem, com as fãs estrangeiras e temos bastante contato. Em datas de aniversários dos grupos, os fã-clubes em diferentes partes do mundo, procuram se unir para organizar um projeto único global como homenagem.

Curiosidade: 

Black Ocean

 Black Ocean, no dia 11/05/2013 no Dream Concert 2013, para o gilrgroup T-ara

Devido a característica “colorida” dos fã-clubes no show, lá na Coreia os fãs criaram o “Black Ocean”, uma forma de expor seu descontentamento sobre algo que os desagradou em um grupo específico ou sobre os fã-clube desse artista. Então, em vez de luzes o show se transforma em completa escuridão e silêncio, pois todos os bastões de luz são desligados e ninguém canta ou fala durante a apresentação do grupo. O girlgoup SNSD (ou Girls Generation) possui dois “Black Ocean” em sua carreira, um em 2008 e outro em 2010. * E no dia 11 desse mês o girlgroup T-ara sofreu o seu primeiro. Em resumo, é um protesto muito forte emocionalmente para um artista sul-coreano, por isso posso dizer que os fãs de Kpop brasileiro, não aprovam essa atitude.

Bom, espero que vocês tenham gostado. E na minha próxima postagem falarei sobre os fã-clubes americanos.

Olga Santos

*Obs: Recebi informações de que na realidade não ocorreu um "Black Ocean" para o girlrupo T-ara. Foi esclarecido que na pista não havia bastões de luz (lightisticks) somente câmeras. Por isso nas fotos da a impressão de um "Black Ocean".