quarta-feira, 15 de maio de 2013

A festa é de aparelhagem

Ritmo contagiante, dança envolvente e um estilo que por anos foi marginalizado por ser oriundo de bairros da periferia da capital Paraense. A historia mudou, e hoje o tecno melody é febre em todo o país e toma projeção internacional com artistas que hoje são referencia no cenário nacional.

De acordo com o estudo do Prof. Dr. Antonio Mauricio Dias, autor do livro “Festa na cidade: o circuito bregueiro de Belém do Pará”, os eventos de brega há algumas décadas vêm se configurando como “praticas culturais típicas que se espalham por toda a cidade de Belém” e que hoje, sem dúvida, fazem parte da realidade de muitos brasileiros, independente das diferenças sociais e econômicas.

Diante dessa febre que os ritmos do Pará vêm causando não só no Brasil, como também no exterior, O Cool Hunting Belém entrevistou a Gang do Eletro. Hoje, o grupo é referencia não apenas no que diz respeito à música e presença de palco, mas também é exemplo de todo esse movimento que vem sendo observado nos últimos anos, onde a cultura das festas de aparelhagem parte do brega ao cult e conquista a cidade.


Foto: Isabella Moraes

Onde eles se apresentam é sinal de casa lotada. Chegam a levar, dependendo da casa de shows, um público de cerca de 5 mil pessoas, sendo a grande maioria jovens, de varios lugares. Alguns curiosos e muitos fãs, os verdadeiros seguidores das aparelhagens que se misturam no ritmo frenético.  

O Dj Waldo Squash identifica como divisor de águas a participação da Gang no festival de música Se Rasgum, em 2011, logo após a formação atual da banda ter se estabelecido. Durante o festival, eles subiram ao palco juntamente com Emicida e Gaby Amarantos. "A partir dai as coisas começaram a andar, nunca imaginamos tocar no Teatro da Paz e já tocamos e temos até projeto para voltar", conta o DJ. 

Quando perguntados sobre como viam toda essa alternância de valores, onde eles que, outrora eram vistos de maneira depreciativa, e hoje são tendência, a vocalista Keila Gentil pontuou, “Nós acompanhamos isso com muita naturalidade, pois o som é contagiante. Nos perguntaram hoje como é a sensação de tocar pra um grupo de universitários (a banda tocou no última dia 11 na Muvuparty, festa de encerramento da Semana de Comunicação da UFPA), respondi que é uma sensação muito boa, pois hoje está se quebrando o modelo de música de elite, música cult, música de periferia.”

Foto: Isabella Moraes

Atualmente, esse ritmo além de conquistar o Brasil, pretende conquistar o mundo. Grupos paraenses fazem com mais freqüência shows na América Latina, onde o ritmo se assemelha com a música Caribenha. Além desta rota, um destino frequente são os países europeus, inclusive, após o show na Muvuparty, a Gang do Eletro viajou para a Alemanha. Essa difusão do ritmo paraense em outros países mostra que a tendência é que o sucesso aumente e que cada vez mais a cultura paraense se espalhe. E quem duvida que eles vão levantar a galera por lá também? Eu não!
Caio Vieira

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