sexta-feira, 17 de maio de 2013

Entrevista completa com a Gang do Eletro


Gang do Eletro em um raro momento de quietude. (Foto: Isabella Moraes)
No último sábado (11), a Gang do Eletro marcou presença na festa de encerramento da Muvuca na Cumbuca - Semana de Comunicação da Universidade Federal do Pará (UFPA), onde era a atração mais esperada da noite. A banda fez todo mundo voltar para casa com um sorriso no rosto e ombros deslocados depois de um show, no mínimo, empolgante. Foi com muita simpatia e boa vontade que eles arranjaram um tempinho antes do show para conceder uma entrevista exclusiva para o Cool Hunting Belém:


CHB- A repercussão nacional das músicas da Gaby Amarantos, de certa forma, ajudou a abrir a mente dos brasileiros que logo começaram a querer mais desse gênero. Vocês acham que vocês eram os próximos a “subir no palco”?

Keila Gentil- Não, podia ser qualquer outro artista, isso aconteceu por ordem natural das coisas. A gente veio fazendo um trabalho e consequentemente isso foi acontecendo. A gente tem uma agência, pessoas cuidando pra que vá para um caminho certo e ficamos muito felizes. É bem difícil chegar depois de uma artista que estorou nacionalmente. Mas uma coisa diferente do que a Gaby mostra, é que é uma coisa mais agitada, nós já temos o lance do treme e são três vocalistas.

CHB- Mesmo com certos diferenciais em relação a Gaby, as pessoas já  se adaptaram ao estilo de vocês?

Keila Gentil- As pessoas continuam estranhando bastante ainda, mas em vários lugares o pessoal já se acostumou, inclusive em São Paulo, a primeira vez que a gente foi, a galera estranhou um pouco, mas agora que a gente vai lá, já tem gente na beira do palco “É musica tal, musica tal!”, e foi muito bom pra gente, fiquei muito feliz de estar vindo com o tecnobrega depois da Gaby, e espero que depois da Gang venham muitos outros.

William Love-  E está vindo também o Felipe Cordeiro, a Lia Sophia, não só a Gang,mas outros artistas que estão ai fora tocando e chamando atenção.


CHB- Podemos dizer que o brega conseguiu ganhar destaque a partir do momento em que se organizou?

Waldo Squash- Acredito que todo trabalho que tem planejamento, a tendência sempre é chegar muito longe. Eu comento sempre que uma vez que assisti uma reportagem do Silvio Santos que ele diz “Você tem que ser bom nisso aqui, e tem que suar a camisa e batalhar muito nisso para você obter o sucesso profissional” e a gente fez um pouquinho assim. Hoje cada passo que a gente dá tem um planejamento. A gente tá planejando passar dois meses em São Paulo, então a gente já vai daqui com toda a nossa agenda de dois meses fechada para tudo que a gente vai fazer durante todos os dias: programas de tv, apresentação e assim sucessivamente.


CHB- Muitas pessoas ainda acham que brega é tudo a mesma coisa, mas existem vários subgêneros. Então eu queria que vocês explicassem para os nossos leitores que ainda confundem, o que é o tecnobrega e o que é tecnomelody. E como, a partir deles, surgiu o eletromelody.

Keila Gentil-  Bem, o tecnobrega, que foi o primeiro nome a surgir, era bem rápido, a batida era bem rápida e a única coisa que a galera fez foi desacelerar, gravar mais lento, porque os DJs na época aceleravam demais as músicas e ai as bandas começaram a pensar “Não, vamos gravar numa velocidade menor, para ver se quando os DJs acelerarem não fique tão rápido” porque já não tava dando pra dançar e foi assim que surgiu o tecnomelody, o melody vem de melodia, ai já veio com uma coisa mais romântica. O eletromelody foi o tecnomelody misturado com o eletrohouse e dai ficou a batida diferente, mas não foi por desacelerar nada.

Marcos Maderito: O brega é a base de tudo, eles trocaram a batida principal indo pra eletrônica e daí que vem toda a história: o tecnobrega, tecnomelody, cybertecno até a onda do eletromelody.

CHB-  No CD Gang do Eletro, a maioria das músicas são puro eletromelody, mas também tem faixas como “Esquenta”, que tem uma sonoridade que lembra o forró, e a “Una Cosa” que é uma cumbia assumida, por exemplo. Qual a intenção de vocês com essa mesclagem de tantos gêneros?

Waldo Squash: Nós gostamos de misturar as coisas. A gente já vem fazendo trabalho com a Gang por cinco anos, e durante esse tempo a  gente vem misturando coisas já tem muito material na Internet, mas a gente não tinha material pra chegar e dizer “olha a Gang do Eletro é isso aqui”, e a gente precisava justamente fazer esse disco. Esse disco que tá na praça, é um resumo de todas as experiências que a gente tem feito e procuramos diversificar bastante. Então pode ver que o “Esquenta” é meio forrozinho e tal, é uma mistura de tecnobrega com forró, já o “Dançando no Salão” que já é mistura de guitarrada com o tecnobrega  e tem a participação do Felipe Cordeiro. A “Una cosa” é uma cumbia que a gente já gostava, a primeira versão dela é do Tony Brasil e a gente queria regravar numa pegada mais eletrônica, com mais pressão e por isso mesmo a gente resolveu gravar no disco e colocar nessa diversidade de tecnobregas que tem dentro.





Isabella Moraes

Um comentário:

  1. Muito legal a entrevista. Só não entendi o por que de dividirem a matéria em duas partes. A primeira deixou a desejar por terem anunciado tanto que seria entrevista, e na verdade foi uma matéria comum, e a entrevista de fato ser postada só depois. Seria mais legal se fosse tudo junto. No mais, estão de parabéns pelo trabalho.

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