Gang do Eletro em um raro momento de quietude. (Foto: Isabella Moraes) |
No último sábado (11), a Gang do Eletro marcou presença na festa de encerramento da Muvuca na Cumbuca - Semana de Comunicação da Universidade Federal do Pará (UFPA), onde era a atração mais esperada da noite. A banda fez todo mundo voltar para casa com um sorriso no rosto e ombros deslocados depois de um show, no mínimo, empolgante. Foi com muita simpatia e boa vontade que eles arranjaram um tempinho antes do show para conceder uma entrevista exclusiva para o Cool Hunting Belém:
CHB- A repercussão nacional das músicas da Gaby Amarantos, de certa
forma, ajudou a abrir a mente dos brasileiros que logo começaram a querer mais
desse gênero. Vocês acham que vocês eram os próximos a “subir no palco”?
Keila Gentil- Não, podia ser qualquer outro artista, isso
aconteceu por ordem natural das coisas. A gente veio fazendo um trabalho e
consequentemente isso foi acontecendo. A gente tem uma agência, pessoas
cuidando pra que vá para um caminho certo e ficamos muito felizes. É bem
difícil chegar depois de uma artista que estorou nacionalmente. Mas uma coisa diferente
do que a Gaby mostra, é que é uma coisa mais agitada, nós já temos o lance do treme
e são três vocalistas.
CHB- Mesmo com certos diferenciais em relação a Gaby, as
pessoas já se adaptaram ao estilo de vocês?
Keila Gentil- As pessoas
continuam estranhando bastante ainda, mas em vários lugares o pessoal já se
acostumou, inclusive em São Paulo, a primeira vez que a gente foi, a galera
estranhou um pouco, mas agora que a gente vai lá, já tem gente na beira do
palco “É musica tal, musica tal!”, e foi muito bom pra gente, fiquei muito
feliz de estar vindo com o tecnobrega depois da Gaby, e espero que depois da Gang
venham muitos outros.
William Love- E está vindo também o Felipe Cordeiro, a Lia Sophia, não
só a Gang,mas outros artistas que estão ai fora tocando e chamando atenção.
CHB- Podemos dizer
que o brega conseguiu ganhar destaque a partir do momento em que se organizou?
Waldo Squash- Acredito
que todo trabalho que tem planejamento, a tendência sempre é chegar muito longe.
Eu comento sempre que uma vez que assisti uma reportagem do Silvio Santos que ele diz “Você tem que
ser bom nisso aqui, e tem que suar a camisa e batalhar muito nisso para você
obter o sucesso profissional” e a gente fez um pouquinho assim. Hoje cada passo
que a gente dá tem um planejamento. A gente tá planejando passar dois meses em São
Paulo, então a gente já vai daqui com toda a nossa agenda de dois meses fechada para
tudo que a gente vai fazer durante todos os dias: programas de tv, apresentação
e assim sucessivamente.
CHB- Muitas pessoas
ainda acham que brega é tudo a mesma coisa, mas existem vários subgêneros. Então
eu queria que vocês explicassem para os nossos leitores que ainda confundem, o que é o tecnobrega
e o que é tecnomelody. E como, a partir
deles, surgiu o eletromelody.
Keila Gentil- Bem, o tecnobrega,
que foi o primeiro nome a surgir, era bem rápido, a batida era bem rápida e a
única coisa que a galera fez foi desacelerar, gravar mais lento, porque os DJs na
época aceleravam demais as músicas e ai as bandas começaram a pensar “Não, vamos
gravar numa velocidade menor, para ver se quando os DJs acelerarem não fique tão
rápido” porque já não tava dando pra dançar e foi assim que surgiu o tecnomelody, o melody vem de melodia, ai já
veio com uma coisa mais romântica. O eletromelody
foi o tecnomelody misturado com o eletrohouse e dai ficou a batida
diferente, mas não foi por desacelerar nada.
Marcos Maderito: O
brega é a base de tudo, eles trocaram a batida principal indo pra eletrônica e
daí que vem toda a história: o tecnobrega,
tecnomelody, cybertecno até a onda do eletromelody.
CHB- No CD Gang
do Eletro, a maioria das músicas são puro eletromelody, mas também tem faixas como “Esquenta”, que tem uma sonoridade que
lembra o forró, e a “Una Cosa” que é
uma cumbia assumida, por exemplo. Qual a intenção de vocês com essa mesclagem de
tantos gêneros?
Waldo Squash: Nós
gostamos de misturar as coisas. A gente já vem fazendo trabalho com a Gang por
cinco anos, e durante esse tempo a gente vem
misturando coisas já tem muito material na Internet, mas a gente não tinha
material pra chegar e dizer “olha a Gang do Eletro é isso aqui”, e a gente
precisava justamente fazer esse disco. Esse disco que tá na praça, é
um resumo de todas as experiências que a gente tem feito e procuramos
diversificar bastante. Então pode ver que o “Esquenta” é meio forrozinho e tal, é uma mistura de tecnobrega com forró, já o “Dançando no Salão” que já é mistura de
guitarrada com o tecnobrega e tem a participação do Felipe Cordeiro. A “Una cosa” é uma cumbia que a gente já gostava,
a primeira versão dela é do Tony Brasil e a gente queria regravar numa pegada
mais eletrônica, com mais pressão e por isso mesmo a gente resolveu gravar no
disco e colocar nessa diversidade de tecnobregas
que tem dentro.
Muito legal a entrevista. Só não entendi o por que de dividirem a matéria em duas partes. A primeira deixou a desejar por terem anunciado tanto que seria entrevista, e na verdade foi uma matéria comum, e a entrevista de fato ser postada só depois. Seria mais legal se fosse tudo junto. No mais, estão de parabéns pelo trabalho.
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