terça-feira, 24 de setembro de 2013

Amsteradio: entre coxinhas de frango e meninas indies

Gabriel Franco (vocal e guitarra), Igor Duarte (baixo) e Antonio Cheskis (bateria)

Em 2010, em um certo colégio de Botafogo, no Rio de Janeiro, surgiam algumas bandas formadas por grupos de estudantes. E os jovens Gabriel Franco, Pedro Motta (ex-baixista) e Antonio Cheskis, três garotos que ficavam vendo essas bandas aparecerem e sentindo uma pontinha de inveja delas. E finalmente um dia eles resolveram montar a sua própria banda. No início tocavam covers, como qualquer banda iniciante, mas depois decidiram levar a banda mais a sério. Em maio de 2012, já nomeados de Amsteradio (a pronúncia fica ao gosto do freguês) e com o novo baixista, Igor Duarte, começaram a gravação do primeiro EP.



Hoje a banda faz shows no Rio de Janeiro e em São Paulo com um considerável público (e não são só os amigos da banda) que sabe as letras na ponta da língua e acompanham os garotos no repertório. Garotos simpáticos, já na casa dos 20 anos, que fazem um som bacana com letras divertidas sobre o cotidiano dos jovens indies, hipsters, ou nem tão alternativos assim. E aqui está a entrevista exclusiva que eles deram para nós falando sobre músicas, meninas indies, futuro e tudo mais.


CHB - As letras das musicas de vocês geralmente são piadas internas, mas muitas pessoas, inclusive de outros estados, se identificam com elas. O que essas pessoas tem em comum com vocês?

AMSTERADIO - Talvez essas pessoas tenham um grupo de amigos parecidos com os nossos, e então acabam se identificando. Não dá pra dizer que todas as músicas são piada interna, mas é realmente um espanto quando alguém desconhecido ou até mesmo de fora do Rio diz que gostou de De novo no Fornalha ou LUI!, imagino que já tenham passado por algo similar ou sei lá, vai ver se identificaram por outras razões.

CHB - A música mais famosa de vocês, o single, é a Cansei de Menina Indie, certo? Como é essa menina indie?

AMSTERADIO - (Risos) A música é na verdade uma grande piada. É sobre uma amiga nossa, que na verdade nem é tão indie assim e na real ela odeia essa música.

CHB - A música Superestação fala sobre uma garota bem alternativa, que gosta de câmera retrô, filmes cult, e bandas underground e por isso ela é idealizada por muitos garotos. Seria ela a mesma garota da música Cansei de Menina Indie? Era intencional fazer essa sequência? As músicas parecem se encaixar bem. 

AMSTERADIO - Na verdade não, Superestação é bem anterior, das que a gente tem gravadas é a mais antiga e são de situações bem diferentes (risos), mas é legal pensar que uma é continuação da outra, é como se a gente tivesse caído na armadilha de novo.

EP da banda. Imagem: Google
CHB - Que bandas vem na cabeça de vocês na hora de compor os acordes? Quais as influências? 

AMSTERADIO- Essa pergunta de acordes é bem difícil, mas lembro que na época em que eu (Gabriel Franco) me doutrinava pra “aprender” a compor escutava muito Libertines e Beatles. Realmente prestava atenção nas sequências de acordes que são muito boas! Certamente aprendi um bocado daí. É sempre chato falar que tem influências de A a Z, mas também não dá pra dizer que a gente nunca soube quais eram as coisas que nos davam vontade de tocar e/ou usar como referência. 

No início, quando estávamos começando a compor, Libertines foi decisivo, não só pelas boas sequências de acordes, mas porque também era a banda “cool” pro pessoal que andava com a gente na época. Acho que uma coisa que influenciou também foram bandas de amigos, tipo os extintos Novos Canalhas, inclusive fazemos cover de uma música deles. Na hora de escrever talvez as letras do último disco do Pullovers (de São Paulo) tenham me motivado de alguma forma, eu queria fazer de um jeito que ficasse parecido, e também alguma coisa do Pinkerton (1996) do Weezer, mas não sei (risos). Acho que nunca dá pra confiar muito em uma banda que sabe EXATAMENTE o que está fazendo. Hoje em dia estamos ouvindo coisas bem diferentes. Uma banda bem atual que eu e Antonio adoramos é o FIDLAR, da Califórnia. Dos discos que eu mais tenho ouvido esse ano tem Violent Femmes, Pavement, Elliot Smith, Mulheres Q Dizem Sim... talvez venha alguma coisa daí.

CHB - Como tem sido os shows? As pessoas já tem as letras na ponta da língua pra cantar junto? 

AMSTERADIO - Segundo o Antonio, é uma surpresa ver que temos um público (risos). Antes a platéia era 100% composta de amigos nossos e hoje em dia a gente não conhece uns bons 80%, que, por sinal, cantam todas as musicas e já sabem o setlist inteiro! É meio raro aqui no Rio as pessoas irem em shows de bandas independentes sem conhecer nenhum dos integrantes, mas acho que isso tem meio que acontecido com a gente, é realmente engraçado ver uma galera totalmente desconhecida que sabe as músicas e canta as letras.

CHB - Sobre o CD, tem previsão para a data de lançamento? Vão ser as mesmas músicas do primeiro EP ou terá inéditas? 

AMSTERADIO - Não sabemos (risos). As coisas estão indo com bastante calma, acredito que o CD, que na verdade deve ser um EP um pouco maior que o convencional, vai sair lá pra dezembro ou no máximo em janeiro de 2014, mas não dá pra colocar uma data agora. A gente tá regravando/remixando algumas músicas que estão no EP antigo e single e isso tudo vai juntar com músicas inéditas sim.

CHB - E clipe? Vai sair um de Cansei de Menina Indie? 

AMSTERADIO - Talvez sim, talvez não. Gostaríamos de fazer um clipe dessa música, mas a gente vai botar em prática o que parecer mais divertido ou que for a melhor ideia, não necessariamente será dessa... então não dá pra prever (risos).




Para escutar mais: Soundcloud

Isabella Moraes

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